pensava que ia ser pior mas não.
apesar de estares comigo eu já me habituei a tua ausência e não foi assim tão difícil o que faz pensar que ainda tenho um pouco da Inês que existia antigamente dentro de mim, escondida num sítio, um sítio que eu não faço ideia de qual é, e sinceramente não quero saber porque quero ser uma nova Inês.
voltei a pensar com a cabeça na maioria das vezes e esqueci o coração por um pouco, ou melhor espero que seja por muito, porque esta Inês não tem qualquer sentido e por mim sem sequer existia, ou existia mas não se mostrava alguém tão amargo.
a minha vontade de viver para além de ti acho que voltou e as coisas já não me magoam como me magoavam, parece que tudo está a voltar a normalidade e isso agrada-me bastante: voltar a conseguir sorrir pela minima coisa, não me sentir presa a algo que não existe, porque é isso mesmo o «nós» não existia nem sequer existe, parece que tudo está a voltar a normalidade excepto eu, porque já não quero ser a Inês de antes, nem a Inês que tenho sido.
hoje penso assim, talvez amanha ou depois já seja tudo diferente, já precise de ti de novo, ou talvez já não pense em ti, porque agora eu sou assim mesmo, sou diferente de dia para dia.
mas mesmo assim, tenho que te agradecer, não por me fazeres feliz, porque isso não se agradece, ou se faz porque se quer ou não se faz, mas sim por me ajudares a descobrir este meu lado, esta parte de mim, esta vontade de me mudar e mudar o meu mundo, e esta Inês foi somente uma ilusão, mas será desta Inês que terás recordações quando fores embora, ou talvez seja eu a partir, talvez serei eu que deixarei esta Inês para trás.
mas continuo sem saber bem o que se passa comigo, o porquê de me ter transformado nisto, em alguém que não tinha nada a ver com o que era antes, mas de uma coisa tu tens razão, não és apenas tu que me fazes isto ou que provocas-te isto. foi tudo, foi cada coisinha pequena, foi cada palavra que me foram dizendo, cada gestos que me faziam, foi cada facadinha que me foram dando quando eu fingia não as sentir, mas pelos vistos senti, foi cada mentirinha que me contaram e que eu fingia não perceber, talvez até fui eu porque me apercebia das coisas mas não dizia, porque não queria magoar ninguém, e olha quem acabou magoada fui eu.
mas uma última coisa: não esperes de mim mais do que aquilo que tens feito.
Sem comentários:
Enviar um comentário